Michelle des Bouillons pode ter surfado a maior onda da história para uma mulher
Jaws, Havaí. Uma parede de água do tamanho de um prédio. E no meio dela, Michelle des Bouillons — a carioca que vem empurrando os limites do surf feminino em ondas gigantes.
26/Mai/2024 -Se as imagens confirmarem o que já circula nas rodas de especialistas, ela pode ter cravado seu nome num novo recorde mundial.
Pra começar do começo: no dia 22 de dezembro de 2024, Michelle caiu na água em um dos picos mais temidos do planeta. Jaws não é pra qualquer um. A previsão indicava um swell raríssimo, daqueles que aparecem uma vez a cada duas décadas. Ao lado do também big rider Ian Cosenza, ela fez uma verdadeira operação de guerra pra chegar lá. Saltaram de Nazaré, Portugal, e cruzaram meio mundo até Maui. Viagem de 30 horas, sem luxo nem glamour.
Agora, se a gente for pensar bem... só isso já daria manchete. Mas o que aconteceu na água elevou tudo a outro patamar. A remada foi potente, a linha certeira, e a onda — gigantesca. Ainda não há medição oficial, mas especialistas falam em algo maior do que os 22,4 metros surfados por Maya Gabeira em 2020, também em Nazaré. Ou seja: Michelle pode ter virado a nova dona do maior paredão já dominado por uma mulher. E sem muito alarde, do jeito dela.
Do título em Nazaré à busca por algo ainda maior
Michelle já vinha embalada. Em 2024, ela venceu o Gigantes de Nazaré com uma onda de 22,05 metros. Mas ela quis mais. Soube da previsão em Jaws e decidiu arriscar tudo. É aquele tipo de atitude que separa os nomes grandes dos lendários.
Tem quem diga que surfar uma onda daquelas é questão de coragem. Mas não é só isso. Tem treino, tem leitura do mar, tem timing. E tem cabeça fria pra lidar com pressão. Michelle mostrou tudo isso. Não se preocupou com título, com fama, com selinho de recorde. Entrou na água pra fazer o que ama. O resto? Se vier, ótimo. Mas não é o foco.
O feito repercutiu forte na comunidade do surf. Comentários se espalharam entre atletas, treinadores, fãs e veículos especializados. O aumento do interesse em modalidades radicais também impulsiona a atenção para momentos como esse — e é comum que plataformas externas ao esporte, como algumas casas de apostas com super odds, passem a explorar essa visibilidade. A conexão com o público, no entanto, mostra como o surf de ondas gigantes ganha espaço além da prancha.
Uma trajetória de mar aberto
Michelle não tá sozinha nessa jornada. Ao lado de Ian, formou a equipe brasileira nº7 no Tudor Nazaré Big Wave Challenge 2024/25. Seguem firmes, viajando o mundo atrás dos swells mais casca-grossa. Ela, que começou a surfar ainda pequena no Rio de Janeiro, hoje é uma referência global. Não é exagero dizer que virou inspiração, especialmente pras meninas que tão chegando agora no circuito.
Claro, falta o carimbo final. A Federação Internacional de Surf ainda vai bater o martelo com base nas imagens e na análise técnica. Mas, na prática, o feito já tá lá. O respeito do público, a comoção da comunidade, os vídeos que viralizam... Tudo isso já carimbou o momento como histórico.